sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ação e Reação


Terceira lei de Newton? Blasfêmia! Primeira e mais intrigante lei da natureza. Parei para observar esses dias e conclui. Em tudo o quanto se puder imaginar ela incide. E pensando nisso, trouxe o raciocínio para nossa esfera moral. Os atos humanos.

Assim, o ideal de pecado e castigo ganha uma nova roupagem. Tão mais justo se torna Deus quando, ao invés de punir, nos oferece o livre arbítrio. Não há mais pecado, senão a pretensão de agir. Age quem, quando e como quiser. Mas, a cada ação corresponderá uma consequência. Matei alguém! Deus não me castigará. Esperarei, porque em algum momento a reação virá. Nesse caso, pelo menos, a própria sociedade dá conta de todo o trabalho. Não há castigo! A cadeia é a consequência, assim como também é uma prova. Possuo agora, preso, uma oportunidade para refletir e decidir se melhoro moralmente. Se não o quiser, outras consequências virão e novas oportunidades terei, até sanar meu vício social. Nada mais justo!

Não pouco freqüente, deixamos de resolver o problema sozinhos. Por não haver mecanismo algum de repressão, a conseqüência será ainda mais natural. Se firo alguém com palavras, um dia serei ferido de maneira semelhante. Daí virá uma oportunidade. Terei nisso a chance de perceber o mal que causei. O experimentarei em mesma espécie. 'Não fazer ao outro o que não gostaria que fizessem a mim'. Caberá, então, perceber o vício e voltar meus esforços a sua oposta virtude.

Não há pecado. Não há castigo. Existe o livre agir, com suas respectivas consequências. Vivemos numa engreganagem criada por Deus, onde o mesmo intervêm apenas quando algum reparo é necessário. Intrigante para mim. Não há castigo!

sábado, 9 de janeiro de 2010

"Não há Salvação Fora da Caridade!"


Essa semana vivi uma situação que me fez refletir. Uma realidade já corriqueira aqui no rio, mas que me deixou pensativo durante alguns minutos. Precisava ir ao dentista de tarde, mas antes passei no banco pra guardar um dinheiro na poupança. Guardei lá a quantia e caminhei até a rodoviária. Tomei o ônibus e sentei. Do lado de fora se aproximou um morador de rua que pediu dinheiro a um rapaz sentado na minha frente. Ignorado, olhou-me fixamente de forma que não consegui lhe dar mais uma dose de indiferença. Sentindo-me um pouco desconfortável, o encarei. De mãos estendidas, me pedia o dinheiro do almoço. "É que ainda não comi nada hoje". Não acreditei, disse que não tinha. Lágrimas umideceram seus olhos amarelados. "É pra eu comer, to com muita fome, por favor". Não resisti. Naqueles poucos instantes muita coisa passou na minha cabeça. Me vi ali, seguro, sentado, alimentado, vestido em roupas limpas. Olhei aquele menino, sujo, com uma caixa de sapateiro na mão, rogando por um pouco de comida. Não poderia ser tão duro. Pedi pra que esperasse e tirei da carteira o suficiente pra um lanche. Entreguei-o. Como aquele semblante de satisfação me comoveu! O ônibus partia e ele não parava de me agradecer, batendo no peito esquerdo.

E segui refletindo.

Muitos diriam que sou ingênuo. "Ele vai comprar cola!". Acostumados com essa realidade, já se condicionaram a ignorar. E pode até ser que tenham razão. Talvez eu tenha sido comovido por um choro digno de novela. Mas o que eu poderia ter perdido com isso? Eu vestia um tênis de marca, acabava de depositar uma quantia que o alimentaria durante muitos dias! E isso é o de menos! Tenho uma família, pai e mãe. O que ele tem? O que eles têm?

- Infelizmente, quase sempre, a nossa indiferença.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Escrever



Escrever pra quem? Ué, pra ninguém. Escrever por escrever, pra eu ver. Pra quem, se quiser, ver. Escrever porque é bom, já disse. Treina o português, ativa o córtex, faz História. É! a sua história. Experimenta começar a escrever ou, se já escreve, guardar tudo o que escreveu. Date, assine, coloque o Estado, a hora, o país. No final de um ano você já tem um arquivo histórico. Vai ser um recorte da sua vida, uma ou muitas fotografias. Em cada ano, cada mês, estará ali um escritor diferente. Aí, quando você já tiver uns cem textos, pense na capa e numa dedicatória. A fonte também! Arial, Verdana? Comic Sans, não importa. O importante é que depois de um tempo, quando quiser, vai existir algo que vai servir inclusive de herança praquele seu neto. Um livro? Sim. E seu. Pode ser a maior porcaria do mundo, mas será valioso pra você. E pro seu neto também será, aposto.

Pretensão? Quase sempre.